viagens
Viagem que realizamos durante o Carnaval de 2014 para conhecer Blumenau e algumas cidades próximas de lá. Todas com cervejarias artesanais. Essa Rota é conhecida como Rota da Cerveja.
DIÁRIO DE BORDO
Finalmente, chegou o dia da viagem. Acordei às 5h e saí de casa as 5h40. O dia estava muito promissor, mas era um engano. Como falarei depois, este dia foi muito difícil o que, na vida de um motociclista significa, também, muito DIVERTIDO. Bem, depois do encontro no posto da mata do ipê, seguimos viagem. Logo na saída tivemos um problema com o bauleto de uma das motos. Felizmente, deu tudo certo e seguimos viagem. Próximo ao rodo anel, em um pedágio, bati em uma daquelas proteções. Meu bauleto ficou bem danificado. Sorte que não houve nada que não pudéssemos remediar e seguir viagem. Já no Rodoanel, quando passávamos por um túnel um amigo nosso, teve uma crise de labirinto. Por sorte não houve nada demais. Então, mais a frente eu errei a entrada para a Régis Bittencourt. Mais um atraso. Depois do almoço, a viagem reservava ainda mais surpresas. Logo à frente, encontrava-se a famigerada Serra do Cafezal. E não deu outra. Engarrafamento daqueles, debaixo de um calor daqueles. Resultado? Peripécias motociclísticas. Primeiro, tentamos seguir pelo corredor entre os carros. Quase impossível. Então, já com os miolos quentes, decidimos seguir pela moto pista, isto é, o acostamento. Foi arriscado, mas os 20 km da Serra não nos dá opção. Quando a serra terminou, cada um de nós, somos quatro motociclistas, ficamos numa posição, ou seja, ficamos desencontrados. Cada um chegou num tempo diferente. Quando estávamos em três, decidimos que, por já estar escurecendo, dois seguiriam viagem até o hotel e churrascaria 500 onde fizemos reserva, enquanto eu ficaria esperando nosso outro amigo. E escurecia. Nosso amigo chegou e, rapidamente, seguimos viagem. Minutos depois, a chuva nos alcançou. No começo foi uma chuvinha. Ainda entardecer, por isso tínhamos visão da rodovia. Ainda... No entanto, em seguida, vimos a coisa preta. O céu estava negro, e a tarde ficou tal e qual! E a chuva veio sem piedade! Molhamos tudo que tínhamos direito. Chuva, vento forte, relâmpagos. Cenário gótico e nós cavalgando pela rodovia. Devido a um trecho em obras, mais um engarrafamento, e, mais uma vez, perdi-me do companheiro que estava numa Boulevard 800. Refleti e conclui que só me restava seguir em frente até nosso destino... O hotel e churrascaria 500! Foi o que fiz. Não gosto de viajar à noite. Qualquer motociclista sabe que esse horário aumenta demasiadamente os riscos que corremos. E como eu, neste dia, já tinha levado um tombo da moto, senti-me ainda mais acuado. Além de noite, viajava com chuva por cima. Estava desanimado e pilotando vagarosamente, quando passaram por mim dois motociclistas. E buzinaram, cumprimentando-me. Subitamente, aquele gesto de companheirismo me animou bastante, me deu um novo ânimo. Pensei... Vou seguir esses dois hermanos. E foi o que fiz. Assim, com novo entusiasmo, resolvi chegar ao hotel marcado, o mais breve possível. Foi o que fiz. Cheguei ao hotel e me deparei com uma realidade interessante. Fui o único que chegou. Além de naturalmente alegres, nós motociclistas em viagem também somos otimistas e só pensamos no bem. Assim, enquanto escrevo estas linhas, rogo a Deus para que meus amigos pilotos e suas esposas estejam bem reconfortados em algum hotel e que amanhã possamos todos nos encontrar em Blumenau ou em algum posto dessa BR 116, rodovia que me fascina sobremaneira. Outra coisa, se você está se perguntando o porque de eu não ligar para meus companheiros de viagem, e vice e versa, a resposta é simples... Não tenho Celular! Finalmente, quando fui dormir, já cansado, advinha o que aconteceu? A chave não abria a porta do quarto. Emperrou!!! O funcionário teve de entrar no quarto pela janela. Detalhe: o quarto fica no segundo andar, então o funcionário teve de pegar uma escada. É mole? Que dia!!!! Bem, por sorte ele conseguiu abrir a porta pelo lado de dentro. Finalmente, nos braços de Morfeu... Quilômetros percorridos? 731.9. SIEG? HEIL!!!
Ps. Viajar à noite, na Régis e com chuva, me lembra da primeira vez em que isso aconteceu comigo. Foi também na Régis. Eu tinha uma Shadow 600 cilindradas e estava morrendo de medo, vivendo aquela situação. Tal como hoje, a rodovia estava povoada por caminhões. No entanto, uma coisa mudou. Minha experiência. Hoje, depois de milhares de quilômetros, não senti medo. Confesso que o medo nem passou perto. Mesmo quando a chuva estava intensa. Gostei dessa diferença. Confesso que me senti orgulhoso. Entre mim e a moto, a experiência sobrepujou o medo. E como já tomei duas ampolas de Itaipava, tá na hora de descansar.