Oziris Borges Oziris Borges

viagens

VALE DOS VINHEDOS
Periodo: 4/3/2011 a 13/3/2011

Este é o diário de bordo de nossa viagem até o Vale dos Vinhedos(RS).

DIÁRIO DE BORDO

4/3/2011

5/3/2011

6/3/2011

7/3/2011

8/3/2011

9/3/2011

10/3/2011

11/3/2011

12/3/2011

13/3/2011

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4/3/2011

Ufa!, até que enfim chegou esse dia. Eu estava bastante ansioso por esta viagem. Deve ser efeito retardado da viagem ao Chile. Parece que, para mim, após uma viagem grande fico pensando na próxima. Bem, desde quarta estava chovendo direto o dia inteiro. Pelo menos aqui em Uberaba city. Então resolvi torcer para que a chuva não parasse mais, esperando que assim secasse toda a água do céu até sexta-feira e então pudéssemos viajar sem chuva. Vã esperança. Choveu direto e quanto levantei às 5h20 da sexta-feira, dia 04 de março/2011, ainda estava chovendo. Raios!!! Outra coisa boa da viagem ao Chile é que perdi grande parte da frescuragem com a chuva. Nos 21 dias de viagem ao Chile, passando pelo sul do Brasil, Argentina, Chile e Uruguai pegamos muuuuuuita chuva. Em compensação, duas coisas. Primeira: vi o mais belo arco-íris da minha vida. Segunda: passei a encarar a chuva como apenas mais um fato. Claro que a pilotagem deve se tornar mais cuidadosa e temos de estar mais atentos a todas as manobras. Fora isso, tudo igual. Se chegar molhado é só esperar que a roupa seque. Nada demais. Se não secar, foda-se, coloque-a molhada mesmo e vamu simbora, que a estrada tá esperando, uai. Então, nesse dia levantei e comecei a arrumar as tralhas que faltavam, vesti a roupa de cordura e saímos às 6h45 para o posto BR da Mata do Ipê. É assim que chamamos o posto onde encontramos a galera antes de sair para viagem. O Betinho e a Inês já estavam lá. Abasteci, calibrei o pneu. O Osvaldo chegou, fez a mesma coisa e nos aprontamos e saímos do posto às 7h10. Esqueci de dizer que lá em casa, antes de sair, zerei o odômetro, claro. Queria ter certeza de quanto rodaríamos. Uma das coisas de que mais gostamos, nós, os motociclistas, é de marcar os quilômetros rodados. Esses quilômetros são como troféus e quanto maior a quilometragem, maior o troféu por que também maior foi a aventura e o esforço. Esses quilômetros são anos que acrescentamos à nossa experiência de vida terrena, pois como disse alguém, “viajo para me conhecer.” Portanto, quanto mais viajo, mais me conheço. Viajar é uma forma de autoconhecimento. E a chuva de hoje só aumenta o caráter de aventura de nossa ego-trip J. Poderíamos, facilmente, ter ficado em casa, ou poderíamos ter vindo de carro. Mas, qual a graça? De moto não só o destino é importante, o caminho é tanto quanto. Rodamos até Ribeirão Preto debaixo de pouca chuva. Até pegamos grande parte desse trajeto(166,7Km) sem chuva nenhuma. Apenas nublado. Então o tempo estava fresco e pudemos viajar ainda com mais conforto. Abastecemos em Ribeirão e seguimos viagem pela Rodovia Anhanguera. Bela rodovia, realmente. Como se diz, é um tapete. Mas a partir de Ribeirão, a chuva não nos deu trégua. Foi muita chuva direto. Curiosamente, apenas quando saímos da Anhanguera e pegamos a Rodovia Bandeirantes é que a chuva deu um pouco de sossego. A Bandeirantes, provavelmente, é a mais perfeita rodovia deste nosso belo país. Ela possui três pistas, às vezes, quatro. De cada lado em toda sua extensão. Não existe praticamente nenhum buraco, o limite de velocidade é 120Km/h e tem apenas um radar se não me engano. Fiquei meditando no porquê desse esmero todo. Acho que é resultado, mais uma vez, da mentalidade prática e empreendedora de São Paulo. Ou seja, tudo passa por São Paulo, capital. Estrategicamente situada no centro do país é ponte para todos os lados. Assim, quanto mais rápido for o fluxo de veículos, melhor. Então, abaixo a burocracia. Salve, salve a velocidade, mas com cuidado, com precaução e atenção à segurança dos motoristas. Parabéns, São Paulo. Também nessa viagem aprendemos a distância entre Ribeirão Preto e o próximo posto Graal depois de Piraçununga: 214Km. Isso significa que sempre que tivermos que pegar a Bandeirantes, não precisamos parar em Piraçununga, fazendo a viagem render um pouco mais. A Boulevard, que é a moto com menos autonomia no grupo, consegue fazer 214Km facilmente. Só tem um detalhe, o preço da comida nesse Graal é altíssimo. Meu prato e o da minha esposa ficou em cinqüenta reais sem as bebidas. E não comemos muito!!! Da Bandeirantes, pegamos o Rodoanel, outra obra magnífica de São Paulo. Com ele, não precisamos passar mais por dentro dessa gigantesca cidade. Isso facilita demais a viagem  e aumenta o fluxo e a velocidade média, claro.

            Do Rodoanel, pegamos a Régis Bittencourt também conhecida como BR116. Mais chuva na cabeça, apesar de que ela parava de vez em quando, não era constante. A Régis até Curitiba está quase toda duplicada, menos no trecho de 30Km onde se situa a Serra do Cafezal. Ainda estão tentando duplicar essa parte. Como conseqüência: engarrafamento de quilômetros... e com chuva. Se ficássemos atrás, não chegaríamos tão cedo a Eldorado, nosso destino. Então, forçamos um pouquinho a barra: onde não dava para ir pelo meio dos carros, íamos pelo acostamento!!! Nessa atitude aprendemos duas coisas. Primeira, muitos motoristas de carro e caminhão nos dão passagem quando nos aproximamos. São muito legais e é uma satisfação encontrar pessoas assim. A segunda coisa é que apareceu a Polícia Federal Rodoviária e nos deu um pito. Sim senhor, desculpa!!! Sabemos que não deveríamos, mas... o acostamento estava tão bonitinho, ali, do lado, sorrindo e nos chamando... J

            A certa altura da viagem, com todo aquele trânsito característico da BR116, perdemos nosso companheiro Betinho. E agora? Diminuímos a velocidade. Mesmo assim, nem sinal do nosso amigo. Resolvemos parar e paramos justamente num posto da Polícia Federal para esperar. Um guarda nos viu, não aquele que nos deu um pito, felizmente, mas outro, e foi simpático. Até gesticulou que poderíamos guardar a moto lá dentro da garagem deles. Quando paramos, havia uma moto da polícia, aquelas antigas tipo Harley Davidson, muito bonitas, históricas. O Osvaldo parou mais à frente, a Carol desceu da moto, fui manobrar e... a moto tombou. Havia um desnível no asfalto e eu não vi. Quando fui apoiar o pé lá, a moto inclinou e não consegui segurar. Não aconteceu nada com ela. O protetor de motor e o bauleto protegeram a moto por inteiro. Claro que o bauleto lateral ficou riscado, mas isso é o de menos. O jeito foi levantar a moto, engolir um pouquinho do orgulho ferido e seguir em frente. Continuamos a viagem, agora já estávamos perto, faltavam mais ou menos 140Km. Saímos da Régis e entramos em Jacupiranga. Atravessamos a cidade e seguimos rumo a Eldorado. De Jacupiranga a Eldorado são 25Km. A rodovia que liga essas cidades é a SP193, José Egdard Carneiro dos Santos. A rodovia tá mal conservada apesar de que com moto viemos muito bem. Ela tem muitas curvas, e a paisagem é muito bonita, bem arborizada, se estivesse bem conservada seria perfeita. Na entrada de Eldorado, tem um portal que imita uma caverna. Foi muito bem bolado! Excelente recepção. Ficamos hospedados no hotel Pirâmide. Recomendamos. http://piramidehotel.com.br Av. Mal. Castello Branco, 157. Hoje foi só viagem. Amanhã já começamos nossa visita: Caverna do Diabo, Estrada da Graciosa, Morretes e passeio de trem até Curitiba. Outro dado interessante deste dia é que durante todo o tempo, passou pela minha cabeça a música da Linda Ronstadt, Blue Bayou. Com certeza foi influência do filme Chamas da vingança, que assisti no dia anterior pela 5ª vez, acho! Adoro esse filme. E aquela música é um dos temas dele. Fomos jantar numa pizzaria bem próxima ao hotel. Comemos e tomamos várias geladas. Na porta de vidro da entrada do hotel, há vários adesivos de motoclubes. Claro que deixamos o nosso lá também. Depois, só cama.

 

RESUMO DO DIA

Uberaba à Eldorado

Km rodados: 733,4