viagens
Aqui vai o relato de nossa viagem que fizemos de 05 a 29 de janeiro de 2011. Fomos em duas motos: eu e minha esposa, Ana Carolina numa V-Strom 650. E o amigo Sanches numa Boulevard 800.
DIÁRIO DE BORDO
Hoje fomos visitar o vulcão Osorno e Petrohué. Pegamos a rua costanera e seguimos até Petrohué. A estrada estava muito boa, no entanto, alguns trechos estavam sendo reformados. Esse é um ponto interessante tanto na Argentina como no Chile. Quando vão reformar um trecho da estrada eles desmancham todo o asfalto e, mais interessante, dos dois lados. Ou seja, temos de passar por uma estrada de chão. Às vezes, isso não representa nenhum problema, pois o chão está duro, às vezes, já com pedras batidas. Mas, em vários trechos por que passamos até Petrohué, não havia nada disso e, como tinha chovido no dia anterior, havia barro em alguns trechos. Concluindo, foi um sufoco chegar até Petrohué. Um trecho em particular estava todo cheio de barro e foi difícil controlar a moto, mas fomos bem devagar e conseguimos passar sem problemas. No caminho para Petrohué, visitamos o Parque Nacional Vicente Pérez Rosales. Na verdade, nem chegamos à cidade de Petrohué, paramos no parque e, depois fomos embora. A estradinha que nos conduz até o parque é muito bonita. É cercada de árvores e vegetação dos dois lados, dando-nos a impressão de estarmos em um corredor. No caminho de ida, vimos dois motociclistas que voltavam. Eles estavam em duas GS. Foi fácil achar o parque, pois, mesmo sendo pela manhã, já havia muitos carros parados na entrada. Para entrar, paga-se, mas não é caro e vale cada centavo. O parque é sensacional. Há várias quedas d’água que o cortam. E como se trata de uma região montanhosa, forma-se uma paisagem deveras bonita. A cor da água é um capítulo à parte: um verde claro. Nunca vi uma água daquela cor, realmente muito diferente e muito bonito. Há várias trilhas no parque e fizemos algumas. Há também um banheiro no parque que é muito bem cuidado. Na entrada, existe uma lanchonete. Na saída, paramos nela para comer e beber água. Nisso, um senhor puxa conversa conosco em inglês, perguntando de onde somos. Começamos a conversar e ele nos contou que é australiano e que já visitou o Brasil. Conversamos mais um pouco e nos despedimos, pois ainda tínhamos de ir até o vulcão Osorno. Tiramos várias fotos nessa visita e então fomos ao vulcão. Para chegar ao Osorno, sobe-se uma estrada fantástica. Além de íngreme é uma estrada cheia de curvas que lembra bem a Serra do Rio do Rastro. Há também vários mirantes em que se pode observar a paisagem magnífica que se forma. Paramos umas duas vezes até chegarmos no topo da entrada para se subir ao Osorno. Nesse caminho, o tempo começou a virar mais uma vez, e o frio começou a apertar. Lá em cima, há uma loja de souvenir, um restaurante e o teleférico que nos leva até o vulcão. O frio se intensificou e começou a cair uma garoinha chata. Corremos até a loja de souvenir e depois para o restaurante. Lá dentro estava bem quentinho. Decidimos subir ao Osorno de qualquer jeito, afinal já tínhamos chegado até ali e seria estupidez desistir por causa do frio. Eu tinha levado uma blusa de moletom. Coloquei a dita cuja, e a blusa de cordura por cima, a luva e a balaclava e fomos ao teleférico. O teleférico tem duas partes. Você pode parar somente a primeira parte, ou pode pagar as duas partes e ir até quase o topo do Osorno. Naturalmente, fizemos as duas partes. O valor total dessa subida ficou em $24000 pesos chilenos o que significam R$57,60. Por nossa sorte, o tempo estava fechado, mas assim que chegamos na segunda parte, as nuvens sumiram e pudemos ver o pico final do Osorno. Fantástico. E de lá de cima, tem-se uma visão magnífica de todo o lago Llanquihue com a cidade de Puerto Varas e outras também que ficam à margem. Andamos a pé rumo ao topo do vulcão até onde dava. Chegamos até o ponto onde a terra terminava e começava somente a neve eterna, que nunca derrete por causa da altitude. Essa subida a pé é um pouco difícil, pois o ar já está bastante rarefeito o que torna a caminhada bem desgastante. Nessa subida, há uma placa que diz: “Daqui pra frente você vai por sua conta e risco.” E claro que nós fomos. Nessa pequena subida também encontramos uma cruz e um monumento a algumas pessoas que desapareceram quando escalavam o Osorno. Tiramos algumas fotos, claro e voltamos até o teleférico. Bem, quando pegamos o teleférico de volta, entramos numa neblina bastante densa que praticamente impedia de enxergarmos além de uns 5 metros. Foi uma experiência única. Muito interessante. Depois de comermos alguma coisa no restaurante e de comprar os souvenirs de praxe pegamos as motocas para voltar. Nesse momento começou a chover e o tempo ficou bastante carregado. Descemos, e foi de boa. O tempo começou a melhorar. Como a descida é bastante íngreme, acionei os breques várias vezes e, de repente, o breque de trás falhou. Perdi o breque de trás!!! Então reduzi a marcha e fui utilizando o breque da frente com cuidado. Mais embaixo o breque voltou. Meu colega explicou que isso acontece porque o óleo do breque esquenta e falha. Fiquei bem esperto depois dessa experiência. Foi a primeira vez que aconteceu comigo. Na volta, meu amigo estava bem preocupado, pois teríamos que atravessar aquele trecho todo cheio de barro e, como tinha chovido, o trecho deveria estar agora pior do que na vinda. E realmente estava! Eu também estava preocupado, mas desencanei. Refleti que o pior que aconteceria seria cairmos. Como atravessaríamos bem devagar, seria apenas um pequeno tombo. Era só levantar a moto e seguirmos em frente. Temos a tendência em aumentar o problema o que atrapalha a curtição do passeio no presente. Ficamos pensamos naquele problema futuro que talvez nem se realize. Bem, chegando ao trecho, aconteceu uma coisa bem engraçada. Um caminhão em nossa frente estava atravessando e meu amigo me disse para deixar o caminhão bem à frente para vermos onde ele ia e assim estudarmos melhor o caminho. Respondi que não, que iria bem atrás, pois ele iria abrindo o caminho. Foi um erro. Como eu estava muito próximo do caminhão, não tinha boa visibilidade. Então ele passou num buraco um tanto quanto fundo e eu vim em seguida e também caí. Nesse momento, por instinto, acelerei a V-Strom e não é que o pneu da frente saiu do buraco e conseguimos passar sem maiores problemas? O engraçado é que nesse momento, passava nosso amigo do lado por uma trilha sem quase nenhum barro fofo!!! Ele passou todo tranqüilo. Bem, aprendi a lição. Da próxima vez, deixo o caminhão bem à frente. J No caminho de volta, não tivemos mais nenhuma surpresa. Voltamos tranqüilos. À noite, fizemos compra em um supermercado. Fiquei, simplesmente, embasbacado com o preço dos vinhos. Muito, mas muito barato mesmo. No mínimo, a metade do preço que pagamos aqui. Depois, jantamos num bom restaurante: Salmão do pacífico. Nesse restaurante, deixaram-nos tomar um dos vinhos que havíamos comprado no supermercado. Assim, nosso jantar foi regado com o excelente vinho chileno Carmen-Reserva, da uva(cepa) Merlot. Recomendo esse restaurante. Chama-se Café Restaurant Lan Antu. Rua Del Salvador, 587. http://www.puertovarashotel.cl/restaurant/inicio.html Foi um dia maravilhoso.