Oziris Borges Oziris Borges

viagens

MOTO EXPEDIÇÃO CHILE
Periodo: 5/1/2011 a 29/1/2011

Aqui vai o relato de nossa viagem que fizemos de 05 a 29 de janeiro de 2011. Fomos em duas motos: eu e minha esposa, Ana Carolina numa V-Strom 650. E o amigo Sanches numa Boulevard 800.

DIÁRIO DE BORDO

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14/1/2011

Hoje, tivemos um dos encontros mais fantásticos de toda a viagem. Encontramos muitos motociclistas pela estrada, mas um nos chamou muito a atenção. Estávamos cruzando uma cidade argentina da qual não me lembrava o nome, mas que tem uma fábrica cujos canos atravessam a rua por cima, vários tubos metálicos passando por cima da rua e, dos lados, enormes cilindros de aço. Então fica um cenário meio estranho, meio apocalíptico. Lembro-me de que o nome era o de um militar, Coronel qualquer coisa. Procurei no mapa e achei duas cidades que ficam no caminho: General Deheza e General Cabrera. Procurando por fotos, achei uma de General Deheza que confirma ser esta cidade é aquela que vi e me marcou pela paisagem urbanóide. Interessante que esta foi uma das imagens que me marcaram na primeira viagem que fiz de moto pelo Chile em 2002. Foi muito legal passar por ela de novo. Bem, além do prazer de recordar a imagem da cidade, passando por ela novamente, passamos também por um motociclista que pilotava uma moto tipo a nossa CG 125. Não deu pra ver a marca, mas a moto era do mesmo tipo. Além de ser já velha, em vez de bauletos, o motociclista usava atrás e, se não me engano, também na frete, aquela cestas tipo que temos em algumas bicicletas. Naturalmente, achamos muita graça naquilo. Como estávamos atravessando a cidade, havia vários semáforos nos quais tínhamos de parar. Em um deles, esse amigo motociclista parou do nosso lado. Perguntei-lhe se a viagem estava boa. Ele disse que sim e que estava vindo do Brasil. Era chileno e estava voltando pro Chile. Puta que pariu!!!, pensei. Foi uma pena, não termos parado para tirar umas fotos. Esse amigo me fez refletir sobre o óbvio. Não é necessário ter uma grande moto para viver a aventura de uma grande viagem. Conheço muitas pessoas que possuem motos acima de 500cc. Motos novas e bem cuidadas, com todas as revisões em dia. No entanto, o máximo que fazem é viajar para encontros de motociclistas sempre perto das cidades de origem. Não rodam nem 1000Km por mês ao ano. São aqueles que não pagam IPVA no início do ano. Pagam IPTU J de tanto que a moto fica parada na garagem, quase uma samambaia!!! É uma pena. Na realidade, após o encontro com esse amigo aventureiro sobre duas rodas, pensei que a moto apenas ajuda o espírito de aventura, mas nunca o cria. O espírito é algo imanente do ser: se ele o tem, ele desenvolve. Se não o tem, não é a moto que vai dar-lhe, pode até ajudar, mas...

            Saímos do interior e caímos na famosa Ruta 7. Meu, é um retão só. Linda, bem conservada. Em algumas parte havia postes, inúmeros, imagino que à noite deve ficar toda iluminada. Achei interessante. Deve diminuir os acidentes. Pegamos a Ruta 7, passando por Rio Cuarto e depois virando em Villa Mercedes, ou seja, saindo se San Francisco pela Ruta 158, depois pegamos a Ruta 8 e caímos na Ruta 7. No trecho que pegamos na Ruta 7, havia dois ou três trechos que estavam sendo reformados. Isso fez com que diminuíssemos nossa velocidade média. Mas fora isso, dá pra andar acima de 120Km/h na Ruta 7. Foi aí que percebi que nossa escolha pelo interior não foi a melhor. Se o objetivo era chegar em Santiago o mais breve possível, deveríamos ter descido até Buenos Aires, após termos entrado por Uruguaiana, e pegado a Ruta 7 desde lá. A viagem teria sido mais rápida, pois nossa velocidade média teria sido bem maior. É claro que a viagem teria sido mais monótona também, pois a Ruta 7 é um retão só.

            Chegando em Mendoza, já começamos a ver ao lado da pista vários parreirais. Para quem não sabe, Mendoza é uma das grandes regiões produtoras de vinho da Argentina. Sabia que não estávamos ali para conhecer essa região tão bonita, que só passaríamos por ali. Isso doeu um pouco, porque gostaria imensamente de conhecer as vinícolas de Mendoza. Mas não dá pra fazer tudo, então fiquei tranqüilo, pensando que um dia voltaria para lá só para conhecer essa região e seus vinhos.

            Chegamos em Mendoza tarde, umas 18h ou 18h30. Foi um dos dias em que paramos mais tarde na viagem. Mas o sol ainda brilhava tranqüilo. Entramos na cidade, que é bem movimentada, são muitos carros, vários cruzamentos, pois Mendoza é a ligação para a travessia para o Chile via Paso Cristo Redentor, cortam-se as Cordilheiras por uma impressionante estrada bem asfaltada e com paisagens maravilhosas. Bem, saímos do fluxo de carros e queríamos encontrar um hotel que dois amigos brasileiros, que voltavam de Mendoza nos recomendaram. Encontramos esses amigos em um posto de gasolina mais ou menos uns 200Km de Mendoza. Infelizmente não encontramos o hostel que eles nos indicaram. Então, encontramos um rapaz na rua que faz esse serviço, divulgando hotéis. Como Mendoza é uma cidade turística é fácil encontrar esses tipos pela rua. Ele ligou para o hotel Milena que fez um valor legal e que tinha garagem coberta e segura. Recomendadíssimo. Além disso, é bem localizado, fica no centro de Mendoza. http://www.milenahotel.com.ar ; hotelmilena@speedy.com.ar ; Rua Pasaje Babilônia, 17. TeleFax (0261)420 2490 - 420 0284

            Ao chegarmos ao hotel, qual não foi nossa surpresa ao encontrarmos mais seis motociclistas brasileiros. Foi muito engraçado, parecia uma reunião de brasileiros. J Um deles, o que mais se aproximou de nós, se chama Sebastiani e pertence ao Motoclube Filhos do Asfalto, Resende, RJ. Ele viajava com a esposa numa virago 250cc, se não me engano. Gente boa. Saímos para tomar umas cervejas, comemos pizza e o dia terminou.