viagens
Aqui vai o relato de nossa viagem que fizemos de 05 a 29 de janeiro de 2011. Fomos em duas motos: eu e minha esposa, Ana Carolina numa V-Strom 650. E o amigo Sanches numa Boulevard 800.
DIÁRIO DE BORDO
Chato e fantástico: essas duas palavras resumem o dia de hoje. Chato porque várias partes da estrada estão em reforma e nós tivemos que andar em pedaços de chão. Numa dessas vezes, estávamos passando pela aduana chilena. Havia um sinal de pare e eu não o vi e parei mais à frente. Logo, tive de voltar, pois naquele momento era mão só para subida. Tínhamos de esperar a subida dos outros veículos para depois descer, já que apenas uma pista estava liberada. Quando fui virar a moto, ela escorregou nos inúmeros pedriscos e tombou. Como estávamos bem devagar, não aconteceu nada de mais. Nem conosco e nem com a moto. Apenas o bauleto lateral ficou um pouco arranhado. Mas mesmo antes disso, também aconteceu um fato bastante chato na aduana argentina. O imbecil do fiscal, mesmo tendo à mão minha identidade, queria saber qual o nome da minha mãe que estava em meu nome. Eu disse que no Brasil nem sempre o sobrenome da mãe acompanha o nome do filho. Eu, por exemplo, só tenho o sobrenome do meu pai. E mesmo olhando minha identidade ele não queria acreditar. É mole??? Até que as outras atendentes da aduana intervieram e ele deixou passar. É brincadeira um negócio desses??? Quando viajamos, principalmente ao exterior, estamos sempre expostos a esses tipos. Eles acham que tem um pouco de poder e acabam abusando dele. O jeito é manter a calma e não entrar no jogo do esperto.
Mas o dia não foi somente cheio de contratempos como esses. Na verdade, depois que passamos a aduana argentina e o trecho em reforma após o Paso Cristo Redentor, só aconteceram coisas boas, muito boas. Assim que descemos os “caracoles”, paramos no primeiro posto que encontramos para abastecer. Quando chegamos nesse posto, lá já estavam dois motociclistas que passaram por nós quando tirávamos fotos dos “caracoles”. Ambos estavam de Harley, Lionel e Andes. Depois chegou um casal brasileiro com uma V-Strom 1000 e mais dois motociclistas, cada um com uma Lambretta. Conversamos bastante, e o brasileiro teve de sair, seguindo seu caminho. Continuamos a conversar, e os harleyros eram dois chilenos. Os dois de Lambretta eram um jornalista argentino, que morava há dois anos no Chile, e outro amigo seu chileno. Nossa intenção era dormir ali mesmo na próxima cidade que se chama Los Andes. Foi aí que nossos amigos harleyros nos fizeram o convite para acompanhá-los até Santiago, onde eles moravam. Eles, inclusive, nos ajudariam a encontrar um hotel. Como nosso primeiro grande objetivo era realmente ir até Santiago, ficamos muito felizes, pois isso nos economizaria um dia da viagem. E assim fizemos, fomos acompanhando nossos dois amigos. Os outros dois amigos de Lambretta também vieram nos acompanhando por um tempo, mas depois cada grupo seguiu seu caminho. Nossos amigos chilenos foram tão gentis que até escolheram uma rota diferente até Santiago, mais bonita. Assim, em nossa chegada, tivemos uma visão panorâmica de toda a cidade. Eles nem nos deixaram pagar os pedágios. Chegando a Santiago, passeamos pela cidade de moto e daí seguimos para a casa de um deles, o Lionel. Ele é um coronel aposentado da polícia chilena e ainda tem um genro brasileiro!!! O nome dele é Vítor. Olhem só as coincidências. Lionel nos apresentou toda sua família e nos ofereceu o de beber e até para tomar banho, se quiséssemos. Foi muita gentileza. Ele ligou para o genro e a filha que foram nos ver e depois nos ajudaram a encontrar um hotel barato em Santiago. Inclusive até negociaram pra gente. Foi assim que chegamos ao hostel Atacama: http://www.atacamahostel.cl/ ; Román Diaz, 130 - Providencia - Santiago – Chile. (56-2) 2642012. Recomendadíssimo!!! Eles têm uma pequena garagem e nos deixaram guardar a moto lá. Para quem curte a estrutura de hostel, este é indicadíssimo. Muito limpinho, bem cuidado, os atendentes são muito atenciosos, internet gratuita, tanto no quarto, se você tiver uma máquina, quanto na sala no computador do hostel. Claro que, como todo hostel, tem muita circulação de pessoas, então NUNCA deixe seus pertences dando sopa. Cuide bem deles. Eu e Carol pegamos um quarto duplo privativo, mas havia a opção de quarto coletivo e mais barato. Despedimo-nos da família do Lionel e ele se dispôs a passear conosco no dia seguinte, domingo, dia 16 de janeiro. Então, em resumo, foi nesse dia que conhecemos nosso amigo motociclista chileno, Lionel.
Nota: trocamos 1000 reais na aduana por 240.000 pesos chilenos. Portanto, cada real saiu por 240 pesos. Pensamos que a casa de câmbio lá era oficial, mas não é. Soubemos mais tarde que teria sido mais vantajoso trocar em Santiago. Então, quem puder segurar a grana e se dispuser a trocar em Santiago em outras casas de câmbio poderá economizar bastante. Segundo nossos cálculos, perdemos uns 170 reais.