Oziris Borges Oziris Borges

viagens

PATAGÔNIA
Periodo: 2/1/2012 a 29/1/2012

Nesta viagem fui até a cidade mais ao sul do planeta, Ushuaia. Conheci várias regiões da Patagônia tanto argentina quanto chilena.

DIÁRIO DE BORDO

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2/1/2012

02.jan.2012, segunda-feira – Primeiro dia – de Ribeirão Preto (SP) a Irani(RS) – 1063,3 km rodados desde Ribeirão – Das 6h30 até às 19h17. Tempo total: 12h47 de pilotagem.

 

            Hoje foi difícil sair de casa, quer dizer, da casa do sogrão, pois estava em Ribeirão Preto. Por um lado queria ficar com minha esposa, na tranqüilidade do lar, tomando cerveja, assistindo a filmes, etc. Por outro lado, gostaria de viajar, ver coisas novas e fazer coisas diferentes. E nesse meio, ficou meu coração esquartejado. Se me perguntarem por que faço essa viagem não terei um argumento convincente. Para aprender? Para conhecer coisas novas? Pelo desafio? Pela aventura? Sim, tudo isso e muito mais. No entanto, poderia ter essas mesmas coisas, fazendo outra coisa que não viajar para um lugar tão distante quanto Ushuaia. Não tenho para mim um único argumento que seja o suficiente, no entanto, sei que tenho de ir.

            Pensando nisso, refleti que, quando se viaja para longe, deixando alguém amado para trás, há duas forças que se confrontam em nosso interior: uma centrípeta e outra centrífuga. A primeira força-nos para casa, para nossa zona de conforto. A segunda impulsiona-nos para fora, para novos caminhos. No início da viagem, a força centrípeta é mais forte, e cada quilômetro é vencido duramente, com vários pensamentos de arrependimento e várias lágrimas banhando a viseira. Porém, com o passar dos dias, a força centrífuga vai vencendo a outra, até chegar a um equilíbrio e, depois, ela reina sozinha por algum tempo. Mas a força centrífuga nunca desaparece, está sempre lá, à espreita. Ela luta continuamente contra a outra, suavizando e assombrando a outra. Quanto mais longe de casa, isto é, mais próximo do objetivo da viagem, mais a força centrífuga é forte. Porém, quando estamos voltando, isto é, após ter atingido nosso alvo, o processo se inverte. A força centrífuga vai ficando cada vez mais forte e você só quer voltar pra casa! Quando essa força assume nossa mente e coração, nós viajamos horas e horas só pra antecipar nossa chegada e ficar junto do(s) ente(s) querido(s).

            Acordei cedo: 5h, mas fiquei na cama até as 5h42. Arrumei tudo e saí às 6h32. O tempo em Ribeirão estava nublado, mas à medida que fui me aproximando de Marília o dia ficou cada vez mais claro. Peguei apenas uma pequena passagem de chuva já no Paraná. Mas foi rápido, eu passei por ela. Menos de 10min. Dali em diante só foi sol até eu chegar a Irai, onde parei por hoje.

            Quando fiz o roteiro, o Google maps me indicou 3 caminhos até Erechim onde queria ficar. Optei pela segunda alternativa do Google. Em vez de ir pela BR116, decidi ir pela BR 153. Bad, bad decision! Mal sinalizada, em algumas partes o asfalto está horrível e o trânsito está intenso. Mesmo nos trechos pedagiados, e que são muitos, a rodovia é simples. Moto paga em todos os pedágios e eles sequer duplicaram a rodovia. É uma vergonha! Se tivesse ido pela 116 teria chegado mais rápido ao mesmo destino. Optei pela 153 no intuito de conhecer uma rodovia nova. De fato, a paisagem é maravilhosa, mas a pista é um horror.

            Hoje de manhã, esqueci de engraxar a corrente. Pretendo fazer duas vezes por dia, já que estou rodando numa média diária de 800Km,pelo menos neste começo.

            Como estou fazendo uma viagem solo, estou puxando bastante. Hoje a trilha sonora foi: Alice in Chains, Guns and Roses, Led Zeppelin e uma coletânea não oficial da série Sons of Anarchy. Chique no úrtimo.