viagens
Nesta viagem fui até a cidade mais ao sul do planeta, Ushuaia. Conheci várias regiões da Patagônia tanto argentina quanto chilena.
DIÁRIO DE BORDO
09.jan.2012, segunda-feira – oitavo dia – de Caleta Olivia(AR) a Puerto San Julián – 465,6 km. 5124,1Km rodados desde Ribeirão-Preto – Das 8h30 às 17h30. Tempo total: 9h de pilotagem.
Hoje saímos às 8h30 do hotel de Caleta Olívia após um café bem vagabundo por 10 pesos: duas xícaras de café e duas “media lunas”. Abastecemos no posto Petrobrás que ficava perto. Lá encontramos 4 motociclistas brasileiros que chegaram logo após. Eles vieram de Ushuaia. Disseram que pegaram um vento muito forte e, por isso, pararam em Três Cerros. Um deles teve problema com sua V-Strom 1000 e levou a moto no Pablo. Recomendou esse mecânico. Acho que será lá que levarei a minha moto para trocar o óleo e uma pequena revisão. A corrente hoje começou a dar uns estalos como a anterior. Isso me preocupou um pouco. Não sei se conseguirei chegar a casa com essa relação. Veremos. Bem, saímos e nos dirigimos ao Bosque Nacional Petrificado. Teríamos de sair da Ruta 3 e seguir por 50Km de rípio até o parque. Paramos, eu e o Jarek, na entrada do bosque. Olhamos a estrada e ficamos em dúvida se deveríamos ir ou não. Combinamos de seguir uns 5km pra ver o estado da estrada e decidir. Rodamos um pouco e a estrada pareceu boa então decidimos seguir. Bad, bad, decision! A estrada piorou e havia uns trechos simplesmente horríveis. Fomos até o fim e voltamos. Pelo menos se o bosque tivesse valido a pena teria sido legal, mas o bosque é muito feio. Encontramos dois troncos enormes no meio do nada. Imaginem dois troncos de árvores deitados no chão. Só que em vez de madeira, estão petrificados. Foi isso o que encontramos. Depois vários pedaços menores espalhados pelo chão. Não valeu a pena. Em muitos trechos da estrada, o rípio estava solto e eu não caí por pouco. O Jarek é bem mais experiente e não teve grandes problemas, mas eu fiquei em apuros. Meu anjo da guarda fez hora extra pro ano todo! E só estamos no começo do ano. Coitado! Se você estiver de carro, OK, vá conhecer, a vista é linda. Mas para nós, de moto, é muito desgastante. Se eu soubesse que o parque era somente aquilo, eu não iria. Na verdade, valeu a pena por duas coisas. Primeiro, eu aprendi bastante ao pilotar nessas condições. Foi muito phoda controlar a moto. Se eu estivesse com garupa, não teria conseguido e o estrago teria sido bem maior. Em segundo lugar, vimos guanacos e emas. Muitos guanacos, em bandos de uns dez de cada vez. Passaram cruzando a estrada. Foi chique. Apesar disso, eu não iria nem a pau de novo. Espero que essa primeira experiência ajude na hora do rípio em Ushuaia. Quando voltamos para a estrada, foi um alívio. Mas desta vez, para completar o dia, o vento patagônico chegou. Nós sentimos seus efeitos por uns 70Km. Algumas vezes, foi bem interessante e perigoso. Tínhamos que tomar muito cuidado, pois o vento empurrava a gente para a outra pista. Mas foi tranqüilo, basta estar atento para ele. Finalmente, chegamos a Puerto San Julián e fomos procurar um hotel. O Jarek tem um GPS Garmin 5500, acho que é esse o modelo. Cada vez que ele usa o dito cujo, eu fico mais convencido de que fiz uma cagada, comprando o GPS Duas Rodas. O GPS acha tudo, inclusive hotéis com muita precisão. Bem, através desse GPS, encontramos vários hotéis. Ficamos no Hotel Ocean, o mais em conta que encontramos: Av. San Martín, 959. O interessante é que sempre que perguntamos se há quartos individuais, eles respondem que nunca há. Fiquei matutando e acho que fazem isso para que aluguemos um quarto duplo para que alguém que chegue à noite tenha um quarto individual sobrando. Ou então, o duplo serve para individual e, em vez de perder um quarto alugando para indivíduos, seguram para um outro. Não sei. Só sei que é impossível encontrar quartos individuais em qualquer lugar em que chegamos. Ainda não descobri exatamente qual é a lógica, mas deve ter alguma.