26.jan.2012, quinta-feira – vigésimo terceiro dia – 711,2Km – De Alta Gracia a San Jaime. Das 8h30 às 19h, 10h30 de pilotagem. 12.497,5Km rodados desde Ribeirão-Preto.

            Saí de Alta Gracia com folga de tempo, depois do mesmo ridículo café da manhã: leite com duas “media lunas”. Passei por duas grandes cidades pelas quais passamos ano passado quando de nossa viagem para o Chile. Pensei que seria difícil atravessá-las, mas não foi. Foi até fácil. A viagem foi sem nenhuma surpresa, mas, faltando 140Km quilômetros para Paso de los Libres a estrada ficou péssima. Cheia de buracos. Com um detalhe, as estradas aqui são de cimento ou coisa parecida. Então, quando o cimento quebra e entra em desnível, cada bacada é em pedra duríssima, por isso tem de ir bem devagar. Com esse problema, vários caminhões e também alguns carros vão pelo acostamento, abrindo caminhos interessantes. Então fui em um desses. Mas havia um problema. Aqui tem chovido alguns dias. Quando isso acontece, o acostamento vira barro. A maior parte estava seco, mas houve um trecho que pensei que daria para passar e não deu. O barro me jogou pro chão. Como estava devagar, não houve maiores problemas, mas a moto ficou mais suja do que já estava e eu também me lambuzei. Um motorista numa camionete parou para me ajudar a levantar a moto. Felizmente, como nos outros tombos, não houve dano nenhum. Nem para mim, nem para a moto. Vale lembrar que o trecho em que caí era justamente o último trecho ruim daquele pedaço da rodovia. Justamente o último! O mais interessante é que o que começou como uma quase tragédia terminou com um final feliz. A próxima cidadezinha estava a menos de 10Km, e se chama San James. Parei num posto e perguntei se havia um lava-a-jato. Havia um no próprio posto. Abasteci e fui lavar a moto. A primeira lavada decente em toda a viagem. A segunda, mas a primeira fui eu mesmo quem fiz, então não conta muito... Quem a lavou foi um sujeito humilde que se chama Alfredo e que nasceu em San James. Fez um bom trabalho, a moto ficou novinha em folha. Aproveitei e joguei uma água em mim também. Lavei a bota, minha calça e blusa. Ficou meia boca, mas bem melhor do que estava. Fiquei num hotel chamado Sant James. Bem simples, mas limpo. Cem pesos, sem café da manhã, mas com garagem e coberta. Perfeito. Quando fiz o primeiro abastecimento hoje, num posto da Shell, aproveitei para tomar um lanche. Lá havia um senhor que puxou conversa comigo. Ele trabalha com máquinas agrícolas e já veio ao Brasil muitas vezes. Ficamos conversando um pouquinho. Quando estava saindo, ele me deu seu cartão comercial. Muito simpático da parte dele. Ele se chama Bautista Jorge.