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Nesta viagem fui até a cidade mais ao sul do planeta, Ushuaia. Conheci várias regiões da Patagônia tanto argentina quanto chilena.
DIÁRIO DE BORDO
15.jan.2012, domingo – décimo terceiro dia – 374,2Km - de Cerro Sombrero(CL) a Puerto Natales(CL) – 6987,7Km rodados desde Ribeirão-Preto. Das 9h às 14h, 5h de pilotagem.
Às 6h30, quando o relógio despertou, fazia um frio danado. Dava pra ouvir a fúria do vento lá fora. Não tive a mínima vontade de sair da cama. Bom, ninguém evita o inevitável. Levantamos, arrumamos as tralhas, tomamos café, lavei a corrente da moto por causa dos 120Km de rípio que pegamos no dia anterior. Às 9h, fomos embora. Na travessia de Bahia Blanca, isto é, o Estreito de Magalhães, Jarek, o polonês gente boa que vive nos Estados Unidos, disse-me que seguiria até Punta Arenas. Como meu caminho era o oposto, isto é, Puerto Natales, separamo-nos. A despedida foi alegre e triste. É triste despedir-se de alguém que você sabe que as chances de reencontrar são praticamente nulas, salvo os acasos do destino. Principalmente se você conviveu dias com essa pessoa, como foi o meu caso. Como se trata de um encontro de motociclistas, dias parecem anos. Os sonhos comuns, a paixão pela motocicleta, a viagem nossa de todo dia, o papo constante sempre que paramos a pilotagem. Tudo isso aproxima dois corações sobre duas rodas. Por outro lado, é também felicidade, pois ficar sozinho com sua moto e a estrada pra qualquer lugar é muito bom. É uma sensação de liberdade raras vezes alcançada em outras situações. Bem, só tenho a agradecer ao Jarek pela companhia nesses dias todos, foram 9 dias e meio de compartilhamento da estrada. E como passaram rápidos!!! Bem, continuei minha viagem até Puerto Natales. No caminho, peguei a segunda chuva da viagem, mas foi por pouco tempo. Uns 40 minutos mais ou menos. Como estava de capa de chuva por cima da cordura, não aconteceu nada de grave não. Foi tudo muito bem, nem frio senti. Ainda intoxicado pela sensação de liberdade, parei nessas casinhas que os chilenos construíram no meio da estrada para as paradas de ônibus. Essas casinhas são obrigatórias porque o vento é muito freqüente para não falar constante e é muito forte. Então, dentro da tal casinha fica tudo certo. Sentei lá, peguei meu guia da Paragônia e li um pouco sobre Puerto Natales. Gostei do que li. Cheguei e minha intenção era procurar um escritório de informações turísticas. Passei por um e parei na hora. A moça que me atendeu foi muito prestativa e ajudou-me a achar esse hostel que se chama Hostal Dickson. Esse hostal também está indicado no guia que tenho, que é o da PubliFolha. Fui muito bem atendido pelo senhor Ivan que se mostrou sempre bem educado. O Hostal oferece quartos individuais com banheiros coletivos. Foi um desses que peguei. Estou achando ótimo. A diária está em 12.000 pesos chilenos o que dá, hoje, cerca de R$50,00. Muito bom negócio. Adorei. Café da manhã incluso. Recomendadíssimo: www.hostaldickson.com, patagôniadickson@hotmail.com. Rua Bulnes, 307, Puerto Natales, Chile. Chegando à cidade já encontrei uma paisagem magnífica. A cidade parece cercada de montanhas como Ushuaia, mas é bem menor. É bastante agitada, há muitas pessoas andando pelas ruas. Como cheguei cedo à cidade, uma coisa aprendida com o Jarek, procurei um hostal tranquilamente e ainda deu tempo de passear um pouco, fazer compras no supermercado e tomar uma garrafa de vinho chileno: Errazuriz – reserva, camenére, 2010. Muito bom. Recomendo. Uma outra vantagem de viajar sozinho é que você ganha mais tempo. Como não depende do outro, você faz suas coisas do jeito que quer e na hora que quer. Isso é muito bom e agiliza.