viagens
Tá chegando a hora de nossa próxima viagem. Já estamos na contagem regressiva. Haja coração!!! Nessa expedição conheceremos pontos históricos importantes do Peru. Na volta, passaremos pelo deserto de Atacama.
DIÁRIO DE BORDO
05.julho.2012,quinta-feira – terceiro dia – de Barra do Bugres(MT) a Vilhena(RO) – 576,5 km – Das 8h26 às 17h10. Tempo total:8h40 de pilotagem. 1891,2Km rodados desde Uberaba(MG).
Hoje, só pegamos estradasboas. Elas foram melhorando cada vez mais e encerramos o dia com uma estrada defazer inveja. Chegamos a mais um estado: Rondônia. O dia foi bem tranquilo. Saímosum pouco mais tarde que o de costume: 8h26. Havíamos combinado de sair às 8h.Eu que atrasei. Como meu café da manhã é mais demorado que o do Sanches e doLênin, eles terminam bem mais cedo e cumpriram o prazo. Em outras palavras,tenho de me levantar meia hora antes deles. Sem problemas, não custa nada eaproveitamos melhor o dia.
Seguimos em direção à cidadede Comodoro. A certa altura do trajeto, passamos por um pedágio indígena. Issomesmo. Cada moto paga R$10,00 para passar. É mole? É errado isso, pois elesestão cobrando um pedágio em uma rodovia que foi construída com dinheiropúblico. No entanto, quando pensamos historicamente, vemos que eles foramtotalmente explorados. Que esta terra era deles! Bem, pagamos de bom humor eaté tiramos umas fotos com eles. Eles dão até recibo da cobrança. No recibo,está escrito assim: COBRANÇA DE DIREITO DE PASSAGEM NATERRA INDÍGENA UTIARITI –MT 235 – KM 12 – ASSOCIAÇÃO HALITINÃ.
Quando paramos para almoçarjá eram 13h. Paramos numa cidade chamada Sapezal. A primeira impressão quetivemos, foi muito boa. Perguntando a um entregador de gás, que parou paraficar olhando as motos, ele nos indicou um restaurante chamado Panelão. Fomospara lá, mas antes abastecemos num posto da cidade. Fomos muito bem atendidos. Seguimospara o restaurante. Quando paramos a moto, a mesma surpresa de sempre noscircunstantes. Todos ficam olhando, tiram fotos, etc. Quando entramos norestaurante, duas crianças vieram conversar conosco. Traços típicos do sul:loiros, de olhos azuis. Na verdade, há muita gente que veio do sul para Goiás eMato Grosso para plantar, pois aqui, em épocas passadas, as terras eram muitobaratas em relação ao sul do país. Um desses meninos, uma menina na realidade,com seus 9 ou 10 anos se aproximou de mim, após tirar fotos das motos, e meperguntou o que eu era. Quando lhe respondi que era professor, acho que ficoumeio decepcionada. Com aquela moto, as roupas de cordura, bota, etc., acho queela esperava algo muito diferente de um professor. Inclusive, ela estavauniformizada. Devia ter acabado de chegar da aula para almoçar! Sorry! Somosapenas pessoas comuns. No entanto, com sonhos extraordinários! (esse é o slogande uma propaganda de um banco da Coreia, se não me engano. Tem a ver com moto,claro. Quem não conhece, corra até o youtube e procure por esse slogan. O vídeoé sensacional!!!)
Ainda durante o almoço, umrapaz que estava numa mesa ao lado da nossa, ao sair, veio conversar conosco. Conversamos,e ele disse que conhecia um amigo que era motociclista e que participava de ummotoclube na cidade. Disse ainda que ligou para esse amigo e que ele viria atéali para no ver. E ele apareceu mesmo, depois de algum tempo. Ele se chamaCharles e nos deu muitas informações interessantes sobre o percurso que iremosfazer até Porto Velho. Foi muito joia. Mais uma amizade feita. Coisas que sóacontecem com moto. Se chegássemos de carro, ninguém viria conversar conosco,mesmo que o carro fosse top de linha. Mesmo que fosse uma Ferrari.Provavelmente, as pessoas ficariam intimidadas. No entanto, quando se trata demoto, muitos vêm conversar todos admiram. E depois ainda nos perguntam por quefazemos essa doideira toda de rodar tantos quilômetros. Há muitos motivos.Esse, a amizade que vai frutificando pela estrada, é um deles.
De Sapezal até Vilhena, aestrada está ótima. Muito boa mesmo e sem movimento. Até Sapezal, pegamos unsretões a perder de vista. Parecia a Argentina com aquelas estradas retíssimas emuito longas. Ao lado, plantações de milho. Também nunca tinha visto nadaigual. Era plantação de milho que ia até onde a vista alcançava.Impressionante. Depois de Sapezal, o nosso amigo Lênin veio para a frente docomboio. Gostei, parece que rendeu mais. Me pareceu que nossa velocidade médiasubiu.
Chegamos a Vilhena no estadode Rondônia. É claro que paramos para tirar aquela famosa foto da placa quemarca a fronteira entre os dois estados. Em Vilhena, conversamos se valia apena rodar até a próxima cidade, Pimenta Bueno, distante 180Km, ou seficaríamos por aqui mesmo. Decidimos ficar. Encontramos um bom hotel com umpreço ainda menor que o valor de Barra do Bugres. O hotel em Vilhena se chamaHotel Rover. Recomendadíssimo. R$35,00 a diária. Interessante, mas aqui tudoparece mais barato, menos o combustível, né! L De frente do nosso hotel, fica o shopping. Élá que vamos jantar hoje.