24.Julho.2012. Terça-feira– vigésimo segundo dia – de Antofogasta(CL) a San Pedro do Atacama  – 381 km – Das 09h às 16h30. Tempo total: 07h30de pilotagem. 7295,1 Km rodados desde Uberaba(MG).

Hoje saímos mais tarde. Primeiro, porque nosso destino era perto.Segundo, o café só era servido a partir das 7h30. Terceiro, porque fiqueiprocurando na net um hotel para ficar em San Pedro de Atacama. Tínhamos aindicação de um hotel, mas achamos bem salgado. Entrei no site do www.booking.com Esse site é muito bom. Alémde pesquisar hotéis, pode-se, inclusive, fazer reservas. Bem, desta pesquisa,escolhi dois hotéis para pesquisarmos em San Pedro. A saída de Antofogasta foium pouco demorada. As indicações que recebemos no hotel foram muito boas epráticas. No entanto, justamente na avenida que tínhamos de virar, não haviaplaca e passamos direto. Tivemos de voltar, calro. Na volta, um senhor, numacamionete, percebeu que estávamos perdidos e, gentilmente, parou e nos deutodas as indicações. Incrível essa camaradagem que existe entre as pessoas dequalquer classe social e idade para com os motociclistas viajeiros, osmototuristas. Deve ser a vontade íntima que todos temos de viajar e conhecerlugares: o chamado, por mim, Instinto Viking! A vontade de ir sempre em frente,conhecendo novos lugares, sem a pilhagem viking, claro. Algo mais domesticado.Então admiramos aqueles que o fazem. Nosso plano primário era sair deAntofogasta pela Ruta 5 ou Panamericana. Depois de uns 100Km há uma bifurcação.A Ruta 5 segue pela esquerda em direção a Arica e, pela direita, segue a Ruta25 que vai até Calama. Em Calama, vira-se à direita na Ruta 23 que leva até aSan Pedro. Esse é o caminho mais usado para quem vem de Antofogasta. Noentanto, nosso amigo Jorge de Arica, aquele sujeito simpático que me vendeu ospneus novos da moto, nos indicou um outro caminho. Um caminho de sal. Issomesmo! Em muitos trechos, o caminho é feito de sal. Para fazer esse caminho,segue-se até o povoado de Baquedano pela Ruta 5 e, depois, vira-se à direitanuma placa que indica Paso Sico e também outra que indica a Mina Lomas Bayas.Estávamos ansiosos por testar esse caminho pouco frequentado por motociclistas.Seria nossa experiência off Road da viagem. No início, há um pouco de asfalto.Depois fica de chão. Mais à frente vem a estrada de sal. No geral, a estradaestá excelente: melhor inclusive que algumas asfaltadas no Brasil. No entanto,mais à frente há uns trechos bem danificados. Nada que a Suzi4 não desse conta.Mesmo a Boulevard 800 do amigo e companheiro Sanches deu conta. A Boulevard éuma moto baixa e, portanto, não preparada para esse tipo de terreno. No entanto,o Sanches veio de boa. Fiquei orgulho desse meu companheiro. Enfrentoubravamente outro tipo de terreno e foi muito bem sucedido. Portanto, convidotodos os motociclistas a fazer esse caminho. Se eu fosse resumir a viagem deontem em poucas palavras, eu diria: emocionante, linda, selvagem, exótica,estonteante, deserta. É complicado dizer que a emoção de ontem foi maior que avisão magnífica e inesquecível de Machu Picchu. Mas, a emoção que senti,pilotando por aquele terreno inóspito, desértico foi tão impactante comoobservar a cidade sagrada dos quéchuas, mais conhecidos, imprecisamente, comoincas. Inca era o governante não o povo. Porém, para quem quiser se aventurarnessa estrada selvagem, traga reserva de gasolina e saia cedo, no máximo às 9hcomo nós Em muitos trechos, o caminho é feito de sal. Para fazer esse caminho,segue-se até o povoado de Baquedano pela Ruta 5 e, depois, vira-se à direitanuma placa que indica Paso Sico e também outra que indica a Mina Lomas Bayas.Estávamos ansiosos por testar esse caminho pouco frequentado por motociclistas.Seria nossa experiência off Road da viagem. A Suzi4 nem precisou serreabastecida e o mostrador de gasolina acendeu, mas não piscou o que significaque deve ter mais ou menos uns 3 litros (quando fui abastecer, dois diasdepois, o tanque aguentou 15 litros e 100. Portanto, faltavam ainda 900ml’s notanque da Suzi4, que consegue 16 litros.) Isso significa que ela fez uma médiade 29Km por litro. EXCELENTE!!!! Digo para sair cedo, pois a paisagem émaravilhosa e vontade de tirar fotos a cada momento toma um tempo danado. Comoestamos no inverno, quanto mais tarde, mais frio. Se for no verão, nem sepreocupe com isso.

Como eu ia dizendo, a paisagem é magnífica. A gente sente não só apresença de Deus, mas chegamos a sentir nossa própria presença. Desprendemo-nosum pouquinho de nós mesmos e conseguimos nos observar de fora. As lágrimasquase chegam a cair tanta é a beleza. (chegaram a cair, sim!) Quem vier de motopra essas bandas, não deixe de fazer esse caminho.

Chegamos cedo, às 16h30. Poderíamos ter chegado mais cedo, mas paramosinúmeras vezes para tirar fotos. Impossível não parar. Chegamos, fomos até aaduana e viramos à direita na Rua Licacanbur. Logo à frente, no número 246, achamosum hotel que não estava em nossos planos: Hotel Camino Del Inca: oferece águaquente, estacionamento, wi-fi e pagamento no cartão de crédito. E é barato. Ouseja, é perfeito! Recomendadíssimo. Essa é mais uma lição para quem viaja. Agente planeja ficar num lugar, mas chegando lá, pode ser que apareça outracoisa melhor ou mais apropriada e então temos de mudar os planos, adaptar.Achar o Hotel Camino Del Inca foi uma benção. Olhando de frente para ele,temos, à direita um armazém e depois deste, um buteco para comprar bebidas. Doesquerdo, há uma lanchonete que faz uma porção gigante de batatas fritas com salsichae ainda vende frango assado. Nem preciso dizer que chegamos e nem tiramos aroupa. Compramos uma porção de batatas fritas e 6 cervejas mexicas Corona. Foibão demais!!! À noite, saímos para conhecer a cidade e marcarmos nosso passeiopara o dia seguinte: conhecer os famosos gêiseres Del Tatio. Além dessepasseio, também fechamos o passeio no Vale da Lua. Para as lagoas Cejar eChaxa, iremos de moto mesmo. Mais um pouco de off Road! JJJJ